quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Resumo; O Planejamento em economias mistas - Maria da Conceição Tavares


O Planejamento é um terreno minado de equívocos, tanto da esquerda socialista quanto da direita. Para que funcione um plano de desenvolvimento, não basta ter uma burocracia planejada, é preciso ter um grau de desenvolvimento econômico estrutural, instrumentos de articulações política no interior do Estado, conjuntura com a política global e uma forma de pacto social.
Vejamos o caso do pensamento liberal de direta: é impossível imaginarmos a expansão da indústria sem que haja uma infra-estrutura, no sistema de transportes e bancário, e nesses no qual não a possibilidade do Estado estar ausente. De maneira que há idéia de uma fabrica de alfinetes de Adam Smith, evolua para uma grande siderurgia não encontra fundamento na historia real. O Estado faz as regras do jogo econômico sempre ligado ao apoio decisivo, discriminatório ao surgimento de grandes grupos elitistas.
Outro equivoco esse agora tomado mais pela esquerda, é o tamanho do Estado ser importante para o planejamento. O Estado proprietário de setores relevantes tem a capacidade de comandar a economia. As intervenções, aparentemente socialistas, na pratica são o maior instrumento de apoio ao capital privado, retirando da mão do empresário os setores falidos da economia, subsidiando assim o setor privado.
A estatização prevaleceu na maioria dos paises capitalistas no século XX, diante da nova fase estrutural do mercado: onde o carvão deu lugar ao petróleo, a ferrovia à rodovia, o aço à metalurgia – estatelar foi uma questão tecnológica, já que a indústria de alta densidade de capital, o alto risco de investimento não seria possível o surgimento de monopólios naturais. Onde não ocorreu intervenção na política de preços, subsídios e financiamento.
Dessa maneira, a autora procurou analisar alguns modelos de planejamento econômico; Plano de Guerra Americano, assim como o plano de Guerra da Alemanha Nazista, o governo conseguiu produzir uma indústria mecânica nova, combinando uma política de encomendas, normas de produção e intervenção direta. Consolidando as grandes empresas que viriam a dar um padrão de indústria mundial. A participação do Estado, no período da guerra, era mais de 70% na formação de capital. O New Deal do Roosevelt encarregado de cuidar da crise dos anos 30 foi o plano de política de preços e subsídios para a agricultura e tendo uma equipe de tecnocratas articulando os grupos industriais, financeiros e sindicalistas.
A economia fascista italiana fez primeira uma política liberal retomada do padrão ouro e de abertura do comercio resultando na quebra de todos os bancos, abalaram as empresas de serviço publico e a siderurgia, sendo obrigados a fazer um conglomerado estatal criando o IRI – Instituto de Reconstrução Industrial. Numa intervenção ampla sobre preços, cambio, juros, comercialização. Uma situação de guerra à idéia de planejamento é vitoriosa, é necessidade histórica. Até hoje o IRI continua forte e a Itália é um dos paises mais estatelados. A política econômica italiana tem problemas graves, que entram em contradição com o desempenho da política industrial, e talvez o fracasso do IRI seja sua “política regional” não conseguindo redirecionar os investimentos de sua política industrial para setores sociais para combate à miséria.
O “Plano Monet” no pós-guerra, na França optou tecnocracia politécnica, os grandes engenheiros, os grandes homens públicos num plano de reconstrução nacional, não estatelaram o aço e optaram em modernização da velha indústria, coordenação de investimentos e financiamento. O planejamento nacional francês resiste ao contexto do mercado comum, porem resistindo à privatização, a internalizarão dos bancos, resiste ao padrão dólar, a fuga de capitais. No planejamento estratégico, eles atacaram primeiro a infra-estrutura, o sistema transporte, o sistema transporte, investimentos maciços em visões em longo prazo. Pagamentos da divida publica. Commissariat du Plan. Não há muita diferença da mentalidade gerencial entre um tecnocrata francês socialista e um tecnocrata conservador. Viva la France!!!
O modelo estratégico japonês baixo grau de estatização, alto grau de planejamento e coordenação. Utilizaram muito bem a pratica simples de diversificar a sua produção e não estatizala, priorizando o mecanismo original de competição capitalista a competição excessiva interna, com barreira ao capital externo. Os sete grandes grupos japoneses eram igualmente contemplados pelo banco central, e tinha obrigação de distribuir o crédito no conglomerado e articular as pequenas e médias empresas. O japonês não teoriza, faz; Consegui promover uma competição entre iguais, e com o MITI controlando o comércio exterior, quotas, tecnologia, e a implantação de nova indústria, conseguiram um grau de coordenação entre indústria, tecnologia comercial e finanças sem precedentes no mundo. Assim, como o planejamento japonês consistia em dois pontos: atuação coordenadora do MITI e na conglomeração de empresas. Os grandes bancos japoneses tiveram a idéia obvia de bancar a indústria, porque são das mesmas famílias, dos mesmos grupos. E cresceram a partir de seu mercado interno. Numa mentalidade de planejamento contínuo caracterizada pela dura negociação. O problema é que o mercado movimentou a predominância do capital financeiro sobre o capital produtivo. O Japão não tem participação estatal em nenhum setor tecnológico importante; é o Estado praticamente privado. O mais antigo Welfare State está contras as políticas estatais de saúde. Combinação de tecnologia e estado social.

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